Blogroll

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um beijo no Belvedere


As viagens são como a vida, quando pensamos que está tudo visto e pouco mais nos pode surpreender, rapidamente constatamos o contrário. Tinha sido o que acontecera naquela tarde bem gelada em Viena; após quilómetros a andar a pé e dezenas de monumentos magníficos visitados já quase estávamos tentados a pensar que o Belvedere não nos iria surpreender assim em grande escala, era somente mais um palácio! Mas não e como enganados estávamos.

Meio perdido pelas ruas de Viena tentamos encontrar o palácio que não havia meio de aparecer, a tarefa também se tornava mais complicada após termos decidido ir às compras a meio do caminho. Entrámos num supermercado quase igual a Portugal, um cesto na mão e a meter lá para dentro os produtos que nos convinham, por vezes sem perceber o que eram e mais pelas fotos das embalagens. A coisa realmente tomou contornos mesmo delicados quando chegámos à secção das águas. Tínhamos sede efectivamente, e mesmo ali diante dos nosso olhos prateleiras de garrafas de água de todos os tamanhos e cores. Subitamente lembrei-me que por aquelas terras água engarrafada significa água com gás, coisa que ambos odiamos e creio que muito boa gente também. Tentou-se o inglês e ninguém compreendia, francês ou espanhol menos ainda e para nós o alemão é uma grande dor de cabeça. A única solução para dilema era uma regra de três simples: se água em alemão se escreve Wasser então água com gás deverá ser Wasser mais qualquer coisa???!!  Depois de árdua escolha lá trouxemos a garrafa de 1,5 L que nos aprecia indicada. Pagámos e naquela grande expectativa de beber finalmente água, rodamos a tampa e "Pfffffffffffffffffffffffffff" TROUXEMOS ÁGUA COM GÁS!!!


Rendidos à evidencia de ter de beber aquela água borbulhante e a saber a água termal, durante todo o caminho tentei arduamente retirar o gás, ora andando de tampa aberta ora chocalhando a garrafa, enquanto ainda procurávamos o raio do palácio. Depressa guardei a dita garrafa na mochila quando a água estava quase congelada e as pessoas olhavam para mim na rua com ar bem desconfiado. Então finalmente encontramos o tão esperado portão do tão procurado palácio, com o mapa do seu jardim. Dirigi-mo-nos logo para as bilheteiras e só depois nos podemos render a todo o cenário que diante de nós aparecia.

Belvedere e um pouco da sua história

Belvedere Superior (montagem de várias fotos)
 O Palácio do Belvedere (ou palácios) é considerado edifício barroco mais bonito do mundo, constituído pelo Superior e o Inferior ligados por um magnifico jardim em declive que proporciona uma vista impressionante sobre os 2 palácios.

Belvedere Inferior
O Belvedere Inferior foi o primeiro palácio a ser construído em 1716 após dois anos de construção. Idealizado pelo Príncipe Eugénio de Saboia como residência de Verão, mas pelo que consta raramente fora utilizado como tal. Hoje em dia é o museu de arte imperial que estão alojadas dentro das suas magnificas salas extremamente decoradas, que fazem contraste com o exterior menos exuberante. 
Foi precisamente pelo Belvedere inferior que começamos a nossa visita, não por alguma circunstancia mas simplesmente pelo facto de estar significativamente longe da entrada e desse modo começamos a visita do palácio pelo seu ponto mais distante.
O jardim que liga ambos os palácio é extremamente trabalho, cheio de estátuas e recantos e de uma fonte espectacular, que apesar do duro inverno que se fazia sentir não perde o seu esplendor. Ainda é uma longa caminhada sempre a descer até ao palácio inferior que em comparação com o superior é muito mais pequeno. Em seu redor estendem-se os jardins privados (que estavam fechados) e o Orangery. Não permitidas mochilas nem casacos e muito menos maquinas fotográficas pelo que desta vez não deu para tirar nem uma foto às escondidas. Nas suas salas interiores estão expostas magnificas pinturas de outros tempos e esculturas da época, contudo para mim o  mais interessante não foi só a exposição mas sim  o próprio palácio e todo o trabalho de decoração interior. Ficam algumas fotos da Internet do seu interior:



























Encantados com a visita era hora de ir buscar a tralha ao bengaleiro e subir todo aquele jardim rumo ao palácio superior e vislumbrar a magnifica paisagem que é encimada pelo palácio. Não deu para apreciar em condições os jardins por ameaçava chover e para evitar a molha fizemos uma corrida pelo jardim acima com pausas estratégicas para fotos. 


O Belvedere Superior é o palácio mais sumptuoso de todo o conjunto, que se destaca em todo o cenário em que está inserido. A sua construção iniciou-se praticamente a seguir à conclusão do palácio inferior e terminou em 1722. O seu interior é tão ou mais exuberante que o do seu irmão e logo à entrada ficamos pasmados com tal grau de ornamentação das suas colunas e escadaria brancas, que afinal não estão lá só para ornamento mas sim para sustentar todo o peso do edifício que na construção fora mal calculado.

Este palácio quase saído dos contos de fadas foi durante muitos anos um local animado a nível cultural na cidade de Viena, no século XIX foi residência da família imperial e somente nos meados do século passado passou a ser a casa da colecção de arte moderna.
Entre os salões ricamente decorados vão sendo expostas obras de vários artistas, austríacos na sua quase totalidade. Mas o ponto alto da exposição são as obras de Gustav Klint, em especial um dos seus quadros mais famosos O Beijo.
De tanto apreciar arte já quase uma pessoa se esquece que ainda não viu a "jóia da coroa" e de repente entramos em salas onde o estilo inconfundível deste artista se começa a destacar e lá ao fundo da sala encontra-se o famoso beijo apaixonado, erótico, de amantes? ninguém saberá. Dentro de uma caixa de vidro aquele quadro da altura de um homem suporta 2 seres a beijarem-se intensamente num mar de dourado e formas geométricas. Simplesmente fenomenal!!

O beijo - Gustav Klint
Uma obra desta grandeza pedia uns momentos de contemplação no banco mesmo diante de si, e ali deixá-mo-nos ficar uns instantes cada um na sua reflexão pessoal do amor e outras intermitências. O tempo escasseava e ainda havia mais obras para ver, mais salas para admirar e por diversas vezes ouvira-se gritos, bem altos por sinal que não dispensaram um comentário ao estilo "trazem as crianças para aqui e não param de andar aos berros!". Salas a diante entramos num salão ricamente ornamentado com lustres enormes, éramos os únicos na sala e uma tabuleta dizia em inglês GRITE. E nós gritámos! Realmente um grito normal adquiria naquela sala uma projecção tal que se ouvia em vários pontos do palácio, afinal de contas as crianças mal comportadas éramos mesmo nós.
O palácio fechava e gentilmente pediram para sairmos, ainda tivemos tempo de sentar no átrio de entrada com a desculpa de ir ao wc e reter na memória mais um pouco daquele encanto. Realmente ainda houve tempo de ir ao wc e desfazer-me da maldita água com gás e encher com água potável da torneira, Cheguei ao átrio e estávamos sozinhos e a porta da rua fechada, abrimos e fomos embora já a noite caía escura lá fora. Atrás de nós o som pesado de uma porta enorme a fechar-se, a alma cheia de lembranças e a vontade de um dia regressar. 
























Coordenadas

Site do Belvedere Aqui 
Horário: Belvedere Superior - Diário das 10h as 18h,  Belvedere Inferior- Diário das 10h às 18h (21h às quartas feiras)
Bilhete: Combinado 2 palácios - 14€; Só um palácio - 9,50€. Compensa comprar bilhete combinada visto ambos os palácios serem muito interessantes
Como chegar: Prinz Eugen-Str. 27 ou Rennweg 6 | 1030 Vienna. A estação de metro mais próxima é Karlplatz, contudo a entrada pelo Belvedere Inferior é relativamente perto para fazer a pé.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O Mundo em folhas A4

As últimas férias já lá vão, mas deixaram grandes saudades, da companhia dos locais de tudo, provavelmente não esquecerei e espero em breve postar aqui toda essa experiência. Enquanto isso, lá mudou o ano e está mais que na altura de marcar e sonhar com novas paragens e novas aventuras. Onde? ainda não sei, tenho andado com o mudo ás voltas, com papeis e pdf's, contas e orçamentos e desta vez não sei muito bem o que fazer!!


Enquanto não me vou decidindo, vai-se relembrando as já feitas, rir das aventuras e de nós mesmos, contar aos que não sabem as tais aventuras e claro está ouvir novamente sons de terras distantes. Nisto saquei do meu ipod (sim modernizei-me) e ponho a tocar Tinariwen um banda que ouvi tocar lá por terras do Magreb há uns aninhos e que deste então me fazem viajar novamente para aquelas terras e lembrar as noites geladas a dormir no deserto, o calor sufocante entalado nas bossa do camelo e sim, alimentar um pouco a saudade.


Dedico esta música a todos os que gostam e sonham em viajar, aos que acomanham o meu blog e claro àquelas 4 pessoas fantásticas que me acompanharam e juntos conhecemos o Magreb e alimentamos uma enorme amizade.

Tinariwen CLIQUE AQUI

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A divina vertigem


Ao fim de 2 dias em Viena, qualquer comum mortal começa a achar-se um super-entendido em matéria das artes decorativas e a achar que Barrocos e Rococós e primos afim têm afinal a sua beleza e que não é tudo uma explosão de dourados e cornucópias. Goste-se ou não de artes decorativas é realmente delas que Viena emana grande parte do seu charme e além dos palácios que abundam por aquela cidade nada melhor para apreciar a beleza de séculos anteriores como nas suas igrejas. É provável que o melhor exemplo disso (pelo menos para mim) é a Karlskirche situada numa praça com o mesmo nome. Desta maneira estava escolhido o lugar para passar o final da tarde, decidimos ir de metro pois no mapa não nos conseguimos localizar, o metro da Karlsplatz é a estação mais central de toda a cidade, onde se consegue apanhar linhas para todos os lugares ou ir facilmente a pé ao centro da cidade. Diziam os guias que é um local um pouco mal frequentado mas nada que corresponda à verdade, pelos menos das vezes que lá passei de dia ou de noite nunca vi nada suspeito a não ser uma noite, já tarde, uma concentração de pessoal de heavy metal.

Saímos do metro e depara-mo-nos com a  Karlsplatz, um refúgio no centro da animada capital , delimitado por elegantes edifícios. Num dos lados da praça salta à vista um bonito prédio cor de sangue, é a  famosa Künstlerhaus, escola de arte à qual Hitler se candidatara para ser artista e foi reprovado por não ter qualificações. É estranho olhar para a escola e ficar a pensar no que teria sido do mundo se ele tivesse sido admitido (provavelmente muito melhor).
Bem perto dali aparece a imponente Igreja de São Carlos ou conhecida por lá como Karlskirche, também ela testemunho vivo da violente guerra causada por um aluno reprovado na escola da vizinhança, é no mínimo irónico. 
Mesmo em frente da Igreja está um lago com esculturas de Henri Moore (que tive de estudar nas odiosas aulas de inglês) que por estar vazio foi o local perfeito para tirar fotos a enorme igreja branca, verde e dourada que crescia diante os nossos olhos.

Karlskirche


É no esplendor de todos os seus artifícios que se impões esta enorme e magnifica igreja, para mim a mais bonita de todas. É uma montanha de pedra branca muito trabalhada, dizem que no estilo Barroco, com alguns toques orientais que Karlskirche apaixona os seus visitantes e faz com que fiquemos largos minutos pasmados a contemplar toda a sua elegância. Como acontece com a Coluna da Peste, esta Igreja fora construída como pagamento da promessa do Imperador Carlos VI aquando o fim de mais um surto de Peste em Viena. Dedicada ao São Carlos Borromeu, começou a ser construída em 1716 sob orientação de Aton Erhard Martineli e posteriormente pelo seu filho até à sua conclusão em 1737. Apesar de ser uma obra prima do Barroco com a sua cúpula de 236 metros de altura, incorpora alguns elementos como o pórtico em estilo grego e laterais que nos fazem pensar em pagodes orientais bem como as famosas colunas que se destacam de toda a fachada que representam a vida do Santo e agem no edifício como demonstração de poder de todo o Império.

Se o exterior da igreja já me havia impressionado, assim que transpormos a bilheteira temos a sensação que entramos num lugar não sagrado mas sim mágico! O núcleo da igreja é branco e muito iluminado encimado por uma enorme e muito trabalhada cúpula (e o seu andaime!!!) faz o contraste perfeito com as paredes com pedra rosa e os complicados trabalhos em ouro que vão surgindo nos nichos. Mas o que mais chama a atenção é sem dúvida o altar principal, de uma subtiliza e de uma complexidade artística como eu nunca antes vira, onde o branco e o ouro jogam com as suas diferenças para criar um quadro quase real que nos deixa embasbacados.

O altar mor é provavelmente a peça mais importante da igreja e retrata a ascensão do santo ao céu  em cima de uma nuvem que parece flutuar sob símbolo da santíssima Trindade envolto em raios de ouro que reflectem todo este esplendor através dum vitral por detrás deste cenário. Pôr por palavras aquilo que os olhos vêem e o coração sente é tarefa árdua, cai-se no risco de ser enfadonho, mas até hoje creio que ainda não vi uma obra tão especial quanto esta.
Todo este trabalho se vai reflectindo nos diversos cantos e recantos da igreja, um frenesim de fotografias e ao mesmo tempo tentar perceber o áudio-guia e contemplar toda aquela maravilha, quase deram cabo da minha orientação, e às tantas dei por mim a repetir pela quinta ou sexta vez a volta em torno da igreja. se alguém perguntasse diria que era promessa. 

No meio de tanta beleza, sobressaia o metálico e inestético andaime mesmo no meio da cúpula, obviamente que seriam obras de restauro, mas que a coisa ficava mal ali, lá isso ficava, e não deixava contemplar as pinturas que por cima dele repousam. Entretido a tirar fotografias reparei num senhor já de idade sentado num banco mesmo diante do andaime onde uma luz vermelha piscava: ELEVADOR!! 
Poderia ser feio aquela coisa ali plantada no meio da igreja, mas pelo menos poderia subir lá em cima e ver a cúpula bem de perto quase no cara-a-cara. Mas rapidamente o meu entusiasmo esmoreceu, dizia a minha companhia ao ouvido "eu não vou morro de vertigens, vai tu que eu não me meto nessa coisa". Efectivamente era uma subida bem alta, mas eu estava convicto que valeria bem a pena superar o medo e conseguir chegar lá em cima. Passados uns minutos a gastar o meu latim e a vender-lhe a banha da cobra "não sejas maricas aquilo não vai cair, vamos até la acima vais adorar; o velhote foi todo contente e tu aqui a dizer que tens vertigens, etc etc etc" e foi!! Não resisti à ironia da situação, acabara de convencer uma pessoa com vertigens a subir ate 236 metros de altura e quando entramos no elevador este era completamente de vidro, fazendo com que tal pessoa fosse o caminho todo de olhos fechados e a cantarolar para afastar o medo.



Chegados lá no cimo, somos assaltados pelo espanto e pela admiração. o trabalho de pintura é espectacular, que conta a historia do Santo com a Virgem Maria bem ao estilo que a igreja merecia. Nunca havia subia a qualquer cúpula e esta fora uma experiência muito gratificante. por um lado poder observar a igreja cá em baixo e aperceber-me de que realmente as cúpulas são uma obra da engenharia de tão enormes e complexas que são, impressionou-me de como quando estamos no chão os desenhos são pequenos e difíceis de se ver quando na verdade quando estamos ao mesmo nível deles são enormes e um homem ao lado de um desenho é muito mais pequeno que esse e por fim de como usaram a perspectiva e as escalas para que do solo as coisas pareçam realidade. Aconselho a todos os que alguma vez possam subir a uma cúpula e apreciarem as diferenças.
A companhia já se encontrava mais calma mas teimava em não se aproximar das bordas da plataforma de todo o diâmetro da cúpula, era definitivamente um dos momentos altos da visita. encontravam-se umas 2 pessoas na plataforma tendo-me uma dito que deveríamos continuar a subir (mas a pé) até sairmos para a rua mesmo por baixo da cruz e que ai teríamos uma das vistas mais deslumbrantes da plana cidade de Viena. A única maneira de subir era por uns andaimes estreitos que subiam até ao orifício da cúpula, e  o senhor  volta-me a dizer para aproveitar ir pois aquilo era muito estreito e que de momento não estava lá ninguém. Armo-me em super-heroi e começo a trepar os andaimes suspensos na plataforma agarrada ao rebordo da cúpula, bem lá nas alturas e começo a ver a minha companhia mais distante enquanto um brisa começa a sentir-se pelo óculo da cúpula. A cabeça estava já meio tonta mas pensei que era cansaço e nisto os andaimes começam a tremer, ainda teimo em subir mas os meus passos  fazem tremer a estrutura, começo a ficar com medo e as pernas a tremerem, estava suficientemente alto para conseguir chegar mesmo ao topo mas começo a sentir umas tonturas e um pânico que me fizeram passar vergonha e gritar cá para baixo "Vou descer que estou com medo" e chego à plataforma suado e pálido como os mortos e depois de contada a aventura ainda ouço "afinal também tens vertigens, maricas!".
Nesse momento não quisemos saber mais de cúpulas e assim que o elevador chegou a terra firme foi no banco da igreja que recuperamos fôlego e baixamos a adrenalina. Acho mesmo que rezei mesmo não o sabendo.























Ainda com alguma adrenalina a pulsar nas veias, deixa-mo-nos ficar por ali sentados a apreciar mais uns momentos de tamanha beleza artística e ganhar forças ainda para mais uns momentos de puro deleito que proporcionaram o inicio daquela noite. Já de saída da igreja reparo numas escadas perto de um Santo António de Lisboa (não deixei de pensar que por aquelas bandas as mulheres também custam em procurar marido) santo nacional que orgulhosamente tem um altar nesta magnifica igreja. Ainda houve tempo e energias para ver uma exposição de arte moderna nos andares superiores e já mesmo na saída um cartaz com uma frase em português, naquela terra daquela língua muito difícil de falar que é o alemão!

Aquele final de tarde ainda teria muitas surpresas  para nos revelar, contudo a visita a Karlskirche fora um dos momentos altos, e provavelmente o monumento mais apreciado entre os 2 de toda a viagem. Bem pela noitinha, já a estourar aquela réstia de energia ainda passámos pelos seus portões e admirar novamente tamanha beleza mas no segredo das luzes e das sombras.



Dicas:
- Site Oficial clique no LINK
Ingresso: 6 €
- Horário: Mon-Fri 7:30am-7pm; Sat 8:30am-7pm; Sun 9am-7pm
- Localização e metro: Karlsplatz, 4th District/Wieden; U1, U2, or U4 Karlsplatz