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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Na imensidão do Schloss Schönbrunn







Nestes dias de puro passeio e cultura, já se tinha tornado rotina acordar bem cedinho e meter pernas ao caminho, mesmo quando ainda parecia que só nos tínhamos deitado há pouco mais de 1 hora e houve até alguém que sonhara a noite inteira que percorria corredores cheios de quadros daqueles imensos palácios. Coincidência ou não aquela manhã (ou pelo menos assim julgava) estava reservada à concretização desse sonho.

Já me tinham falado maravilhas deste palácio e por essa Internet fora repetia sem parar "um lugar a não perder", e desta feita nada como rumar aos arredores de Viena e visitar o majestoso Schloss Schönbrunn. Ainda sem muito bem perceber como se pronunciava esta estranha palavra que dá nome ao palácio (Schöne Brunnen significa boas águas em alemão) facilmente encontrei a gigantesca residência de Verão dos Habsburgs que se estendia até onde a vista não alcança pelo outro lado da avenida. Entre as árvores despidas avista-se o enorme palácio de cor amarela torrada no seu estilo barroco e rococó doutras eras. Dificilmente a imaginação consegue superar aquilo que a vista alcança quando perante este palácio, ainda mais porque a fachada é mais pequena relativamente ao incrível mundo que se esconde por detrás dela.




















Não havendo tempo a perder e além do mais com o frio nosso amigo já a dar sinal fizemo-nos à entrada, ou melhor na tentativa de encontrar a porta de entrada do palácio no meio de centenas de portas que se abriam na praça mesmo diante do palácio. Já se encontrava imensa gente no interior do palácio, sendo ainda bem cedo, felizmente havíamos comprado os bilhetes no dia anterior e pudemos passar à frente na enorme fila. de áudio-guia em punho e com os casacos arrumados no bengaleiro deixamo-nos envolver pela atmosfera que emana de cada recanto.



 








História (muito resumida)












Toda a exuberância deste palácio remonta ao ano de 1569 quando o 

Imperador Maximiliano II comprou os terrenos onde hoje se situa o palácio e Leopoldo I elaborou um projecto extremamente ambicioso, que nunca chegou a ser concretizado na sua totalidade, na tentativa de rivalizar com Versalhes em Paris. Apesar de não se ter concluído o projecto original o actual palácio tem 1440 divisões, no mais alto estilo Rococó.


A construção teve inicio no ano de 1696 e após 3 anos já se celebravam festas na parte concluída do palácio. Com o passar dos anos e de vários soberanos,a construção e decoração inicial foi sendo alterada tendo visto o seu maior esplendor sob do domínio da Imperatriz Maria Teresa, tornando-se o foco politico e social do império. Em meados do século XVIII quando as alas laterais do palácio foram construídas, Schönbrunn era a principal residência da família real bem como da sua corte de 1500 pessoas. Além de Maria Teresa outras personagens da história viveram neste palácio tais como Maria Antonieta, Napoleão Bonaparte e Sissi. Foi adquirido pela republica Áustria em 1918 e após a 2ª Grande Guerra no qual foi quase fatalmente atingido e despojado é declarado Património da Humanidade pela UNESCO. Hoje em dia é dos monumentos mais visitados de Viena e realmente um palácio a não perder.


Perdido nos corredores infindáveis do interior do palácio, começava a duvidar que alguma vez iria encontrar o inicio da visita, apesar de o audio-guia ir explicando detalhadamente os pormenores de tal sublime monumento. Por entre algumas janelas tinha uma fugaz imagem dos jardins que se escondiam nas suas traseiras, aqui e ali uma fotografia tirada às escondidas dos guardas, porque é realmente difícil resistir a tanto encanto.  Sem muito bem perceber como já estava a subir a monumental escadaria até fazer um compasso de espera e poder finalmente conhecer o coração de Schönbrunn. 
Não consigo explicar por palavras aquilo que se vai desenrolando ao longo da visita, lustres, caracóis e conchas, dourados e espelhos, roupas e quadros que a seu turno nos vão dando uma ideia ainda mais detalhada de como a realeza vivia naquele tempo, aqui e ali era chamado a atenção para pormenores como as paredes falsas onde passavam os empregados, os bustos dos monarcas no sei leito de morte (nunca percebi o motivo de bizarra representação) e um sem número de coisas interessantes. Ainda a visita não tinha chegada a meio e já as pernas davam sinais de cansaço, estoicamente ouvi as explicações todas até ao fim mesmo que recorrendo a algumas estratégias como roubar as cadeiras dos guardas do palácio ou fazer turnos de explicação onde eu ouvia e explicava aos outros e na sala seguinte o contrario também era válido.

Apesar de ser PROIBIDO TIRAR FOTOGRAFIAS, aqui vão umas tiradas debaixo do casaco sem enquadramento ou até focagem mas valeu a pena a tentativa.




 É impossível não ficar estupefacto com toda a imponência destas salas, umas exuberantes e grandiosas outras mais simples e acolhedoras, mas todas muito decoradas. Infelizmente o salão de baile estava em restauro estando uma parte coberta com andaimes que rodeavam o gigantesco lustre que os restauradores tiveram medo de tirar do tecto com receio de não voltarem a conseguir coloca-lo. A meio da visita somos surpreendidos por uma sala na qual se poderia sair ou desistir da visita, ou aqueles detentores do bilhete completo poderiam optar por ver o resto do palácio. Não passando grande importância ao cansaço e com os bilhetes em punho lá prosseguimos o tour, desta vez com menos gente, mas com salas ainda mais elaboradas. 

Não sei se foi impressão minha ou simplesmente esta última etapa da maratona palaciana tornava.se um pouca mais intimista sobre aqueles que neste palácio viveram, foi interessante ver retratos de Maria Antonieta em criança quando vivia neste palácio alguns anos depois de ter visto quadros quase idênticos aquando adulta no palácio ainda mais extravagante que provavelmente lhe custou a vida. A cada passo a visita ia final e infelizmente acabando, um último vislumbre sobre as ultimas salas, uma muito rápida espreitadela sobre as paredes falsas onde passavam os criados e lá estava eu na imensa loja de souvenirs que custavam para cima de um dinheirão. Não sou grande fã deste tipo de recordações contudo, acabei por comprar o DVD sobre o  palácio que está mesmo muito interessante


Umas boas horas depois do inicio da visita, dava-se esta por terminada e com vontade de voltar a entrar de novo e voltar a repetir para ficar tudo bem gravado na memória, pois porque no cartão da máquina não deixaram. Pelas janelas do palácio volta e meia lá se ia avistando os jardins, a segunda e talvez a maior surpresa daquele gigantesco complexo, que ficará para um próximo post.


Coordenadas

Quando: Qualquer altura do ano, sob a neve ou rodeado de flores
Preço: Apesar de estarem disponíveis vários tipos de visita aconselho o bilhete combinado do Schönbrunn e Hofburg (Sissi Ticket) 22,50 €, no caso se só quererem visitar este palácio aconselho a Grand Tour por 12,90 € que visita todas as dependências possíveis do palácio, em detrimento da outra que se confina a metade
Como Chegar: Metro U4, Schönbrunn station; Train 10 e 58, Schönbrunn station; Bus 10A, Schönbrunn station



Site Schloss Schönbrunn