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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Rosas do Deserto aos sons de Belly Dance










O dia começava novamente vespertino, já com a fadiga de quem há alguns dias acorda a horas impróprias. O banho de água salobra num WC compartilhado por baratas não se mostra reparador e a roupa na mochila já ocupa mais espaço do que aquele que tinha quando a lá coloquei. Todos a bordo do Jeep já com os bancos moldados aos nossos traseiros e mais umas centenas de quilómetros pela frente.
Sophie anima o pessoal, no destino haveria um hotel com uma "piscina fantastica" mas até lá já saberiamos com o que contar... Areia. pensei que fosse areia, essa paisagem acolhedora e ao mesmo tempo distante que nos tinha vindo a acompanhar desde o inicio. Não me enganei, ela ali estava sera só abrir a janela para lhe sentir o odor poeirento, contudo bem lá no fundo perto da linha curva do horizonte desenhavam-se montanhas, iríamos entrar no Atlas a maior cordilheira de África.
Uma paragem num posto de comando e umas trocas de palavras em arabe com papeis a circular, assunto indecifrável, formalidades em dia e mais poeira pela frente. Uma barraca estava centrada no horizonte que parecia pairar sob as miragens nas quais competia com uma latrina ricamente decorada em tons Naïf, separadas por um mair de Rosas do Deserto "mais baratas que no carrefour"! Sejam bem vindos à Argélia, e ao maior lago do deserto do Sahara polvilhado por centenas de salinas de inumeras cores de tons pastel. Fotos da praxe e mais umas horinhas de viajem, afinal estavamos a caminho da maior cidade num osasis do deserto e da "maravilhosa piscina".
À chegada com os corpos suados de tanto calor, os olhos fixaram-se nesta bela cidade de cor beije, dos seus palacetes ricamente trabalhados em barro, dos seus palmeirais infindaveise realmente do hotel magnifico onde finalmente fomos alujados. Houve tempo para um almoço recompensador (não obstante dos nossos já queridos COUS-COUS) e uma tarde numa piscina enorme de água quente. Não vos direi o mal que faz óleo bronzeador às 14 horas em pleno deserto, certamente que acentuou drasticamente uma corzinha de pele.
O Sol estava a despedir-se de mais um dia e o calor abrasador dando lugar a uma brisa suave, era hora de um passeio a cavalo pelo palmeiral e descobrir toda uma riquesa ecológica que este pequeno ponto verde num deserto pode esconder. Não me esquecerei da variedade de frutos que se plantavam pelos caminhos, dos riachos que corriam sob névoas de insectos, das crianças a correr atraz dos cavalos e das suas carruagens mais que desconjuntadas e do cheiro pestilento que os pobres animais emanavam.
Anoiteceu, tempo para um banho rápido e uma roupa mais elegante, porque a noite prometia ser das de 1001. Era um palácio daqueles árabes como se vê nos filmes, com bailarinas da famosa dança do ventre serpenteando atraves dos convidados, umas baforadas em shishas e o cous-cous à espera de ser redigerido numa noite encantada e divertida.
Mas o corpo pedia mais, estava quente (de uns copinhos de vinho já a circular) e as mentes não estavam viradas apra dormir, memso que o corpo já reclamasse. O Licor de Hierbas entrou em cena, teimámos em dar aulas de português aos espanhois e dado o insucesso e o calor ja a pulsar nas veias porque não uma voltinha nos carrinhos dos bagageiros até à fabulosa piscina, como deus meteu tugas e espanhois no mundo?